Quem conhece Bertioga no litoral paulista, geralmente conhece pelas praias ou pela Riviera de São Lourenço, alguns lembram de Bertioga como a terra do pastel devido a fama que o Donizete do Pastel do Trevo criou indo ao programa da Ana Maria Braga ensinar como fazer o seu famoso pastel. outras pessoas lembram de Bertioga pelas suas festas ao longo do ano, mas quase ninguém lembra de Bertioga pelo seu artesanato, pois Bertioga não tem uma identidade artesanal ou seja não tem um artesanato que a identifique. Na cidade existe uma grande quantidade de artesãos que desenvolvem uma grande variedade de técnicas e tipos de artesanato que são encontrados em qualquer cidade do país, mas nenhum deles se preocuparam em criar um artesanato que identifique Bertioga. Menos um artesão; trata-se do Johnny, o proprietário do Johnny Home Atelier - Oficina de Artes, que desde que começou a exercer esta atividade de forma profissional, vem se preocupando em criar um tipo de peça artesanal que identifique Bertioga onde quer que ela se encontre. Johnny cita sempre como exemplo; as famosas garrafinhas de areia do Ceará, que estão espalhadas por todo o Brasil e onde quer que encontremos uma dessas garrafinhas; logo lembramos do Ceará. Em Bertioga Johnny é conhecido por confeccionar miniaturas de barcos de pesca e canoas, além de replicas de embarcações antigas. Ele também confecciona peças decorativas e souvenires com as conchas coletadas na região e foi ele quem resgatou essa técnica que havia morrido na cidade, Johnny também confecciona peixes coloridos e pássaros de madeira e peças com influencias estrangeiras como o Country Americano e o Bauernmalerei. Em seu trabalho Johnny utiliza vários tipos de matéria prima para confeccionar seus trabalhos, e sempre procura utilizar em suas peças algum tipo de material reaproveitado, principalmente madeira. Ultimamente Johnny está focando seu trabalho para o artesanato típico da região que são os barcos, os peixes, os pássaros, o artesanato em conchas e outras técnicas. Johnny diz que Bertioga ainda não tem seu próprio artesanato, porque existe uma certa desunião entre os artesãos, pois eles na sua grande maioria não tem o artesanato como atividade principal, portanto não tem comprometimento com a atividade, por isso fica difícil se fazer algo sério em Bertioga e conseguir o envolvimento e comprometimento da maioria, até o SEBRAE já andou por aqui tentando inserir Bertioga no Programa SEBRAE de Artesanato, mas não deu certo. Segundo Johnny; ele não está preocupado com quem quer ou não participar deste trabalho, ele está empenhado nisso ponto e basta diz ele. Segundo ele até o meio do ano que vem ele ja deve ter formatado alguns protótipos do que será a IDENTIDADE ARTESANAL DE BERTIOGA...
Tá Contado...
Até o Próximo!
Jackie Albuquerque
Este Blog tem a finalidade de divulgar, a arte e o artesanato, artistas e artesãos, bem fazer críticas e elogios aos mesmos.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Barcos de Caixeta feitos no Indaiá em Bertioga - SP.
Toda vez que vou ao atelier do Johnny no Canto do Indaiá, ele me surpreende, desta vez deparei com ele fazendo um daqueles barquinhos de madeira coloridos encontrados em algumas lojas de artesanato. Eu já tinha visto os barquinhos no site dele, mas pensava que ele apenas os revendesse, pois pra mim esses barcos vinham da Costa Verde na região de Paraty.
Aproveitando a oportunidade rara, perguntei ao Johnny quando ele havia começado a produzir esse tipo de artesanato. Ele me disse que isso era uma herança de sua infância, pois quando garoto, morou na cidade vizinha do Guarujá, e lá conviveu com comunidades da etnia Guarani e Caiçaras que habitavam as margens do estuário de santos e foi com um desses Caiçaras (Seu Maneco Pinguita como era chamado)que Johnny conheceu a arte de
confeccionar miniaturas de canoas e barcos de pesca. E foi no final dos anos 90 que Johnny resolveu transformar sua antiga brincadeira de criança em trabalho. O maior desafio segundo Johnny era conseguir a madeira, pois além de não lembrar como era a tal árvore, ele enfrentava a legislação ambiental, mas Johnny novamente recorreu ao conhecimento dos Caiçaras para saber identificar um pé de caixeta. Como Johnny é contra o corte de árvores, ele não derrubava as arvores, ele se limitava a fazer pequenos barcos e canoas, pois ele podava apenas os galhos, deixando a árvore seguir sua vida. Tempos depois ele encontrou uma forma lícita de conseguir caixeta, ele ficava de olho nos terrenos que estavam
sendo desmatado para a construção, localizando o terreno ele verificava junto ao dono do imóvel se ele tinha a licença ambiental para desmatar, se positivo ele negociava a caixeta que havia no terreno. Outra forma que Johnny encontrou para conseguir a madeira de forma lícita, era junto as linhas de transmissão de energia elétrica, ele aguardava os funcionários da concessionária efetuarem as podas, pra ele poder retirar os galhos que interessava. Uma particularidade dessa madeira é que se a árvore for cortada 50 centímetros acima da raíz, em um ou dois anos ela esta novamente pronta pro corte explica Johnny. Uma outra forma de manejar a caixeta é fazer valas e plantar varas da madeira dentro dessas valas que são irrigadas até elas brotarem. Voltando aos barcos, no início Johnny confeccionava apenas pequenos barcos e canoas, depois foram as baleeiras, traineiras, saveiros(escunas), que segundo Johnny, já viajaram o mundo, pois ele já vendeu seus barcos e canoas para turistas de vários países do mundo. A última peça vendida por Johnny para fora do país foi uma canoa de um metro de comprimento que pode se vista na foto ao lado.
Esta canoa foi adquirida por um dos diretores da empresa Eletrolux em Nova York, a madeira que foi feita a canoa, saiu do desmatamento do trevo da rodovia Rio-Santos com a Mogi-Bertioga. Todo o trabalho de Johnny é artesanal e individual ou seja ele faz tudo sozinho e sem maquinas especiais; algumas de suas ferramentas foram confeccionadas por ele. como é o caso do alegre, uma espécie de lâmina em forma de meia lua que é usada para escavar as canoas, segundo Johnny; essa ferramenta é difícil de se encontrar pra compra e quando se encontra é muito caro; o jeito é fazer uma digo, algumas, pois ele tem uma para cada tamanho de canoa. Johnny explica que esse tipo de peça ele não tem em estoque, pois como foi dito anteriormente, a aquisição da madeira não é constante e sim ocasional, pois ele pode conseguir um metro cúbico de madeira essa semana, e voltar a ter madeira daqui a três ou quatro meses. Peças de tamanho maior, é mais difícil pois não é todo dia que se encontra cortado de forma legal um pé de caixeta com diâmetro de 30 centímetros. Ele pode dar a sorte de encontrar algum terreno com alvará de desmatamento que contenha uma árvore com esse diâmetro que virá ao chão ou pode ser que encontre somente daqui a um ano. O que torna suas peças bem concorridas, só pra se ter uma idéia, a lista de espera pra comprar uma canoa igual a mostrada na foto acima é longa, tem cerca de oitenta pessoas. Vocês devem estar perguntando; por que não compram de outra pessoa??? A resposta é simples; pouca gente tem a mesma mentalidade e responsabilidade ambiental e ecológica que o Johnny tem; além da responsabilidade social, pois como foi dito acima o Johnny desenvolve sua atividade de forma individual, ou seja não utiliza mão de obra, principalmente infantil como ocorre pelo Brasil afora, crianças que deveriam estar na escola trabalham em casas de farinha e etc., por ser um produto quase que ecologicamente correto, seu preço é um pouco maior e sua compra bem concorrida, pois ter uma fila de espera pra comprar uma canoa não é para qualquer um... As fotos foram cedidas por Johnny de seu arquivo pessoal. E parabéns ao Johnny por levar o nome de sua cidade e bairro pelo mundo afora, de forma positiva é claro...
Por hoje é só, até o próximo... Um Abraço a todos!
Jackie
Aproveitando a oportunidade rara, perguntei ao Johnny quando ele havia começado a produzir esse tipo de artesanato. Ele me disse que isso era uma herança de sua infância, pois quando garoto, morou na cidade vizinha do Guarujá, e lá conviveu com comunidades da etnia Guarani e Caiçaras que habitavam as margens do estuário de santos e foi com um desses Caiçaras (Seu Maneco Pinguita como era chamado)que Johnny conheceu a arte de
confeccionar miniaturas de canoas e barcos de pesca. E foi no final dos anos 90 que Johnny resolveu transformar sua antiga brincadeira de criança em trabalho. O maior desafio segundo Johnny era conseguir a madeira, pois além de não lembrar como era a tal árvore, ele enfrentava a legislação ambiental, mas Johnny novamente recorreu ao conhecimento dos Caiçaras para saber identificar um pé de caixeta. Como Johnny é contra o corte de árvores, ele não derrubava as arvores, ele se limitava a fazer pequenos barcos e canoas, pois ele podava apenas os galhos, deixando a árvore seguir sua vida. Tempos depois ele encontrou uma forma lícita de conseguir caixeta, ele ficava de olho nos terrenos que estavam
sendo desmatado para a construção, localizando o terreno ele verificava junto ao dono do imóvel se ele tinha a licença ambiental para desmatar, se positivo ele negociava a caixeta que havia no terreno. Outra forma que Johnny encontrou para conseguir a madeira de forma lícita, era junto as linhas de transmissão de energia elétrica, ele aguardava os funcionários da concessionária efetuarem as podas, pra ele poder retirar os galhos que interessava. Uma particularidade dessa madeira é que se a árvore for cortada 50 centímetros acima da raíz, em um ou dois anos ela esta novamente pronta pro corte explica Johnny. Uma outra forma de manejar a caixeta é fazer valas e plantar varas da madeira dentro dessas valas que são irrigadas até elas brotarem. Voltando aos barcos, no início Johnny confeccionava apenas pequenos barcos e canoas, depois foram as baleeiras, traineiras, saveiros(escunas), que segundo Johnny, já viajaram o mundo, pois ele já vendeu seus barcos e canoas para turistas de vários países do mundo. A última peça vendida por Johnny para fora do país foi uma canoa de um metro de comprimento que pode se vista na foto ao lado.
Esta canoa foi adquirida por um dos diretores da empresa Eletrolux em Nova York, a madeira que foi feita a canoa, saiu do desmatamento do trevo da rodovia Rio-Santos com a Mogi-Bertioga. Todo o trabalho de Johnny é artesanal e individual ou seja ele faz tudo sozinho e sem maquinas especiais; algumas de suas ferramentas foram confeccionadas por ele. como é o caso do alegre, uma espécie de lâmina em forma de meia lua que é usada para escavar as canoas, segundo Johnny; essa ferramenta é difícil de se encontrar pra compra e quando se encontra é muito caro; o jeito é fazer uma digo, algumas, pois ele tem uma para cada tamanho de canoa. Johnny explica que esse tipo de peça ele não tem em estoque, pois como foi dito anteriormente, a aquisição da madeira não é constante e sim ocasional, pois ele pode conseguir um metro cúbico de madeira essa semana, e voltar a ter madeira daqui a três ou quatro meses. Peças de tamanho maior, é mais difícil pois não é todo dia que se encontra cortado de forma legal um pé de caixeta com diâmetro de 30 centímetros. Ele pode dar a sorte de encontrar algum terreno com alvará de desmatamento que contenha uma árvore com esse diâmetro que virá ao chão ou pode ser que encontre somente daqui a um ano. O que torna suas peças bem concorridas, só pra se ter uma idéia, a lista de espera pra comprar uma canoa igual a mostrada na foto acima é longa, tem cerca de oitenta pessoas. Vocês devem estar perguntando; por que não compram de outra pessoa??? A resposta é simples; pouca gente tem a mesma mentalidade e responsabilidade ambiental e ecológica que o Johnny tem; além da responsabilidade social, pois como foi dito acima o Johnny desenvolve sua atividade de forma individual, ou seja não utiliza mão de obra, principalmente infantil como ocorre pelo Brasil afora, crianças que deveriam estar na escola trabalham em casas de farinha e etc., por ser um produto quase que ecologicamente correto, seu preço é um pouco maior e sua compra bem concorrida, pois ter uma fila de espera pra comprar uma canoa não é para qualquer um... As fotos foram cedidas por Johnny de seu arquivo pessoal. E parabéns ao Johnny por levar o nome de sua cidade e bairro pelo mundo afora, de forma positiva é claro...
Por hoje é só, até o próximo... Um Abraço a todos!
Jackie
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Artesanato em Bertioga
Estou na Riviera de São Lourenço desde a virada do ano, e toda vez que venho pra cá, gosto de passear pela cidade, conhecer lugares e pessoas interessantes. O incrível é que toda vêz eu descubro uma coisa, lugar ou pessoa nova. Estive no espaço Veja São Paulo e este ano estão fazendo uma exposição de artesanato, com artesãos da cidade e alguns de Sampa é esse mesmo grupo que estiveram no Pão de Açucar desde o dia 12 de outubro próximo passado. É uma pena que meu amigo Johnny não está lá desta vêz, mas estive no ateliê dele pra matar a saudade e encontrei com ele na praia na maior correria. O johnny é esperto ele tem uma barraca móvel que anda por toda a praia da Riviera, com isso ele vai até onde está o cliente e com aquele jeitinho que só o Johnny tem, ele convida as clientes pra conhecer seu trabalho e; de dez pessoas que chegam na barraca do Johnny oito compram as outras voltam depois e também acabam comprando. Perguntei ao Johnny por que ele não estava lá no Espaço Veja ele me respondeu: " De que jeito; eu estou começando o trabalho no ateliê as 7:00hs. e parando as 23:00hs., tenho que ir pra praia, depois da praia eu mais dois colaboradores que tive que contratar vamos fazer as entregas e as cobranças da praia. quando chego em casa volto pro pincel até as 23:00hs. pois além das vendas na praia, também tenho as vendas pela internet e à domicílio, por isso não dá pra estar em todos esses lugares ao mesmo tempo." E realmente quando cheguei no ateliê dele ele estava a mil por hora, estava chovendo e ele não foi pra praia, mas o telefone não parava de tocar, era as clientes dele que estavam entrando no site do ateliê, vendo as novidades e fazendo os pedidos; nas três horas que fiquei lá, o motoboy chegou e saiu duas vezes e nas duas o bagageiro da moto estava cheio de pacotes. Como eu estava lá, aproveitei pra encomendar uma lembrança pro meu sobrinho, veja que lindo na foto abaixo.
Assim que eu voltar pra Sampa vou entregar o presente pra ele. O incrivél é que eu fiz o pedido num dia pela manhã e no outro já estava pronto e, do jeitinho que eu queria, acho que esse é o diferencial do Johnny, ele faz tudo do jeito que o cliente pede e com rapidez.
Hoje fui ao centro da cidade dar uma volta, deu uma passada na feirinha, fui conferir uma matéria de um jornal local que fala de um tal Ligeirinho que entalha madeira e faz uns pássaros de madeira, chegando lá, encontrei o mesmo entalhando uma placa com o nome de uma menina e realmente ele é um mestre nessa modalidade de arte, dizer que ele faz aqueles pássaros é a maior mentira que já ouvi, pois se é ele que pinta; ele é fornecedor de muita gente e deve ter uma equipe de umas cem pessoas pra atender a demanda. Liguei pra um amigo de Silveiras e resolvi o mistério, a pessoa me confirmou que o tal Ligeirinho (Nogueira) que mora em São José dos Campos e não em Bertioga, vai até Silveiras buscar os pássaros, fiquei sabendo que ele também compra de uma cooperativa lá pros lados de Guaratinguetá. Pra que mentir, mentira tem pernas curtas; uma hora dessas alguém acaba descobrindo e a mascara cai.
Uma outra coisa que eu descobri é que o Johnny, que é proprietário do Johnny Home Atelier, tem um projeto pronto desde 1998, que foi posto em prática, mas não foi pra frente por falta de vontade dos artesãos da cidade, o projeto chama-se Circuito dos Ateliês que consiste em criar um roteiro cultural entre os ateliês da cidade onde agendado com antecedência, o turista poderá visitar e conhecer os ateliês e comprar artesanato direto da fonte... Muito bom; assim que eu chegar vou trocar isso a miúdo...
Um Beijo a Todos!!!
Até a próxima,
Jackie Albuquerque
Assim que eu voltar pra Sampa vou entregar o presente pra ele. O incrivél é que eu fiz o pedido num dia pela manhã e no outro já estava pronto e, do jeitinho que eu queria, acho que esse é o diferencial do Johnny, ele faz tudo do jeito que o cliente pede e com rapidez.
Hoje fui ao centro da cidade dar uma volta, deu uma passada na feirinha, fui conferir uma matéria de um jornal local que fala de um tal Ligeirinho que entalha madeira e faz uns pássaros de madeira, chegando lá, encontrei o mesmo entalhando uma placa com o nome de uma menina e realmente ele é um mestre nessa modalidade de arte, dizer que ele faz aqueles pássaros é a maior mentira que já ouvi, pois se é ele que pinta; ele é fornecedor de muita gente e deve ter uma equipe de umas cem pessoas pra atender a demanda. Liguei pra um amigo de Silveiras e resolvi o mistério, a pessoa me confirmou que o tal Ligeirinho (Nogueira) que mora em São José dos Campos e não em Bertioga, vai até Silveiras buscar os pássaros, fiquei sabendo que ele também compra de uma cooperativa lá pros lados de Guaratinguetá. Pra que mentir, mentira tem pernas curtas; uma hora dessas alguém acaba descobrindo e a mascara cai.
Uma outra coisa que eu descobri é que o Johnny, que é proprietário do Johnny Home Atelier, tem um projeto pronto desde 1998, que foi posto em prática, mas não foi pra frente por falta de vontade dos artesãos da cidade, o projeto chama-se Circuito dos Ateliês que consiste em criar um roteiro cultural entre os ateliês da cidade onde agendado com antecedência, o turista poderá visitar e conhecer os ateliês e comprar artesanato direto da fonte... Muito bom; assim que eu chegar vou trocar isso a miúdo...
Um Beijo a Todos!!!
Até a próxima,
Jackie Albuquerque
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